Qual o melhor violino?
Todos os dias aparecem pelo menos uma postagem, com a seguinte pergunta: “Qual o melhor violino para iniciantes?” Então, para minimizar o trabalho e o stress de se ficar respondendo todos os dias a mesma questão, resolvi criar um tutorial definitivo para essa pergunta.
A resposta da questão é a seguinte: Há uma confusão em relação à pergunta, pois simplesmente não existe violino para iniciante. Essa é uma jogada de marketing dos vendedores de loja, pois sabem que venderão fácil, violinos baratos de baixa qualidade, que muitas vezes entopem seus estoques, para músicos que estão começando, e muito poucos sabem sobre os assuntos referentes aos violinos. Existem várias respostas para essa pergunta, e vou enumerá-las aqui.
A resposta mais correta da bendita pergunta “qual o melhor para iniciantes?” :
É que o melhor é aquele que você vai conseguir comprar com seus recursos financeiros, ou o até quanto você está disposto a investir em algo que, mesmo tendo vontade, ainda não sabe se vai dar certo.
Outra verdadeira resposta mais correta ainda da bendita questão em levantamento, é que o melhor violino para iniciantes é qualquer Stradivarius do mundo. Afinal, é muito necessário que o violino seja ótimo, principalmente para aqueles que começarão aprender. Obviamente, não se compra um Stradivarius com a facilidade que se compra laranja na feira, então…
Outra resposta correta, é que você paga o que você leva. Temos alguns patamares de qualidade, e, obviamente, os preços os acompanham lado a lado.
Vamos começar dos mais baratos
Faixa de R$ 120,00 a R$ 180,00 – Alguns modelos de Parrot, alguns modelos de Roma, alguns de Cremona e outras marcas. São violinos feitos de compensado, ou seja, madeira de construção. Altamente imprópria para confecção de violinos. Não é aconselhável nem para iniciantes. É um absurdo que se fabriquem violinos com esse tipo de material. Aqueles que já possuem um dessa categoria, mas gostam dele, não dê atenção às criticas, e continuem tratando eles com o mesmo cuidado e carinho com que sempre trataram, pois já se tem um valor sentimental em cima dele, e isso é impagável. Agora os que não compraram, nem comprem.
Faixa de R$ 200,00 a R$ 350,00 – Alguns modelos de Parrot, alguns de Roma, alguns de Cremona, Michael, alguns modelos de Eagle e alguns modelos de Mavis. São violinos feitos com as madeiras corretas, ou seja, Abeto e Atilo. É a categoria mais simples, já que são feitos com madeira de classe C. Ou seja, elas são de madeira correta, mas não são rajadas naturalmente. Seu processo de construção segue a linha de montagem, ou seja, tudo é feito às pressas, e não recebe os devidos cuidados necessários, como medidas e acabamento. Seu verniz é sintético, o que abafa um pouco o som do instrumento.
Faixa de R$ 450,00 a R$ 850,00 – Eagles VK 244, VK 644, VE 744, Mavis (modelos que não lembro). São violinos feitos com as madeiras corretas, mas essas, de classe B. São naturalmente rajadas, e mais selecionadas. O processo de fabricação é o mesmo, mas recebe um pouco mais de cuidado que a linha anterior, mas ainda assim podem vir com espessura de tampo incorreta. Seu verniz também é sintético, mas um pouco mais fino que o da categoria anterior. Seu acabamento é visivelmente melhor, mais bem-feito, o que dá uma beleza extra ao instrumento. A sonoridade é um pouco mais apurada.
Faixa de R$ 1500,00 a 2500,00 – Antigos de fábricas hoje extintas, como a Alemã Hofner, por exemplo. São violinos feitos de madeira classe A. Têm um processo de fabricação mais artesanal, mas não totalmente. A madeira é selecionada e possui um rajado natural. O acabamento é visivelmente bom, e o verniz é sintético, mas mais refinado. Por serem usados, possuem um som mais amadurecido. Possuem som limpo, com volume e equilibrado. Geralmente são alemães, italianos, franceses ou da Tcheco Eslováquia.
Acima dos R$ 3000,00 – Violinos feitos por autores, ou luthiers. O preço vai depender do nome, idade, da madeira, da conservação e do potencial e qualidade de som do instrumento. Todos feitos de madeira classe AA, selecionadíssimas, rajadas vivas, acabamento impecável, feitos à mãos, com suas medidas internas corretas, calibradas e bem-acabadas. O verniz é feito à base de óleo ou de álcool, dependendo do autor, mas o a óleo é melhor e mais bonito. Possuem som limpo, com volume e bem equilibrado. São réplicas ou não de violinos famosos, como Stradivarius, Amati, Stainers, Guarnieris ou outros famosos italianos, alemães e franceses.
Violinos Nhuresons– A Nhureson é uma empresa nacional que possui pouco mais de 30 anos de existência. No início, eles possuíam uma fôrma própria, e isso fazia com que violinos fossem fabricados com as medidas fora dos padrões, fazendo com que o som fosse comprometido. A madeira utilizada em sua confecção era o Pinho Nacional, uma imitação do Abeto, uma espécie de pinho alemão, esta, a correta para o tampo frontal dos violinos. E o verniz utilizado é o sintético, o mesmo utilizado nos piores chineses. Hoje, depois de 30 anos, eles se aprimoraram bastante. Fazem violinos com a planta de Stradivarius, ou seja, as medidas são corretas. Mas dois pontos cruciais para a qualidade de som eles não aprimoraram: A madeira e o verniz são os mesmos de 30 anos atrás. Eles têm um som macio? Tem. São bonitos? São. Mas a questão é essa. Eles são feitos para serem bonitos e vistosos. Tem um som bom, mas jamais terão a qualidade de um instrumento feito com as madeiras e verniz corretos. Eles não amadurecem da mesma forma que os violinos tradicionais amadurecem, e isso, faz dos violinos da Nhureson inferiores. Depois de tanto tempo e tanto nome, já estava na hora deles mudarem seu conceito, e utilizar madeiras e verniz correto. Obviamente o preço de custo subiria, mas creio que ficariam com qualidade invejável. Mas enquanto esse conceito não muda… é uma pena.
E é isso. Tudo o que se precisa saber de violinos para iniciantes está aqui. Agora cabe aos interessados em começar a aprender, avaliar suas condições financeiras, e avaliar até que ponto está disposto a investir num violino. E espero que não precisem mais surgir perguntas clássicas de “qual o melhor?”
Por Nilson Fractucello
Achei este comentário e achei interessante, resolvi compartilhar!!
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